Brasileiros recebem pena de 13 anos em tribunal Pró-Rússia na Ucrânia

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Julgamento ocorreu na região de Donetsk, área disputada e controlada parcialmente por forças russas

Dois cidadãos brasileiros foram condenados a 13 anos de prisão por um tribunal Pró-Rússia que atua na região de Donetsk, no leste da Ucrânia. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (11) pelo chamado Supremo Tribunal da autoproclamada República Popular de Donetsk, entidade que não possui reconhecimento internacional.

De acordo com informações divulgadas pela agência estatal russa Tass, os brasileiros Orley Menkato, de 32 anos, e Federico Mendes, de 23, foram considerados culpados por participação direta no conflito ao lado do Exército ucraniano. O tribunal classificou Orley como “mercenário” e afirmou que ele teria ingressado no país por meio da Polônia, firmado contrato com autoridades ucranianas e passado por treinamento militar antes de atuar na guerra.

Ainda segundo a corte separatista, os dois brasileiros teriam recebido valores que variam entre R$ 117 mil e R$ 131 mil por sua atuação no combate contra tropas russas entre 2023 e agosto de 2025. A Rússia reconhece a independência de Donetsk e de Luhansk, regiões governadas por separatistas, porém a comunidade internacional considera esses territórios como parte da Ucrânia, o que coloca em xeque a legitimidade das decisões judiciais locais.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que não comenta casos individuais, mas declarou estar disponível para oferecer assistência consular por meio das embaixadas brasileiras em Kiev e Moscou. O Itamaraty também reforçou o alerta sobre os riscos envolvidos no alistamento de brasileiros em conflitos armados no exterior, destacando que a capacidade de atuação do governo pode ser limitada em áreas de guerra.

O local onde os brasileiros cumprirão a pena não foi oficialmente divulgado. A agência Tass mencionou que Orley poderá ser encaminhado a uma prisão de segurança máxima, informação que não consta nos registros públicos do tribunal. Procurada, a corte separatista não respondeu aos pedidos de esclarecimento até a última atualização desta reportagem.

Nos últimos anos, a Ucrânia intensificou o recrutamento de estrangeiros para reforçar suas tropas, especialmente a partir de campanhas nas redes sociais que prometem remuneração atrativa. Desde então, familiares de brasileiros passaram a relatar dificuldades de contato com parentes que se alistaram, incluindo casos de mortes confirmadas no campo de batalha.

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